O conhecimento depende de outras pessoas e a idéia não é
dada pela mente, mas pelo uso da palavra numa determinada comunidade, em
práticas coletivas. Aceita, por isto, as “impurezas” e trabalha com elas,
considerando o conhecimento não como um dado da idéia, mas como fruto da
relação interpessoal ou intersubjetiva, a qual, por sua vez, é produto da
linguagem, vista não como instrumento, porém como uma prática lingüística de
uso comum. A verdade nunca é subjetiva, pois não se forma nenhuma essência e
não se considera o agente conhecedor como sujeito (sub jectum = o que jaz dentro) cuja mente filtra essências, mas
como um ser vivente ou existente na linguagem, que só existe na ação praticada
em comunidade.
Em virtude de
considerar a vivência, o objeto do conhecimento é sempre aquilo que aparece
(fenômeno), porém sem necessidade de ser internalizado na mente, logo, a
experiência é sempre uma vivência retirada ou recolhida da comunidade à qual
pertence o agente conhecedor. A verdade é sempre relativa, mas o critério de
verdade não é o agente ou sua mente e sim a convicção de verdade recolhida pelo
agente dentro da comunidade.
Fonte:http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/colunas/2553/colunas+ultimainstancia.shtml acessado em 10 mai 2012.
A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem
ResponderEliminare de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar
liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas,
são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à
educação.
As práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos,
e não autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos,
à luz das normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos,
políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos
à crítica, são fundamentais para as práticas educacionais. E estas representam
o solo de germinação da ação comunicativa.
* Fragmentos retirados de: ARAUJO, Inês Lacerda. Da “pedagogização” à educação: acerca de algumas contribuições de Foucault e Habermas para a filosofia da educação. In: Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 75-88, set./dez. 2002.