quinta-feira, 10 de maio de 2012

Intersubjetividade


O conhecimento depende de outras pessoas e a idéia não é dada pela mente, mas pelo uso da palavra numa determinada comunidade, em práticas coletivas. Aceita, por isto, as “impurezas” e trabalha com elas, considerando o conhecimento não como um dado da idéia, mas como fruto da relação interpessoal ou intersubjetiva, a qual, por sua vez, é produto da linguagem, vista não como instrumento, porém como uma prática lingüística de uso comum. A verdade nunca é subjetiva, pois não se forma nenhuma essência e não se considera o agente conhecedor como sujeito (sub jectum = o que jaz dentro) cuja mente filtra essências, mas como um ser vivente ou existente na linguagem, que só existe na ação praticada em comunidade.
Em virtude de considerar a vivência, o objeto do conhecimento é sempre aquilo que aparece (fenômeno), porém sem necessidade de ser internalizado na mente, logo, a experiência é sempre uma vivência retirada ou recolhida da comunidade à qual pertence o agente conhecedor. A verdade é sempre relativa, mas o critério de verdade não é o agente ou sua mente e sim a convicção de verdade recolhida pelo agente dentro da comunidade.

Fonte:http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/colunas/2553/colunas+ultimainstancia.shtml acessado em 10 mai 2012.

1 comentário:

  1. A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem
    e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar
    liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas,
    são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à
    educação.
    As práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos,
    e não autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos,
    à luz das normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos,
    políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos
    à crítica, são fundamentais para as práticas educacionais. E estas representam
    o solo de germinação da ação comunicativa.

    * Fragmentos retirados de: ARAUJO, Inês Lacerda. Da “pedagogização” à educação: acerca de algumas contribuições de Foucault e Habermas para a filosofia da educação. In: Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 75-88, set./dez. 2002.

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